O somatório dos
percentuais de subocupação e da desocupação da força de trabalho no Brasil
ficou em 20,6% em 2016 e atingiu o número recorde 24,3 milhões de pessoas que
poderiam estar trabalhando, se não fosse a depressão econômica provocada desde
o golpe parlamentar do ano passado.
Os dados foram
divulgados nesta quinta-feira, 23, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad). No quarto trimestre, o índice chegou a 22,2%. A quantidade de
trabalhadores nessa condição indica um aumento de 6% em relação ao 3º trimestre
de 2016 e de 31,4% frente ao quarto trimestre de 2015.
Entre as regiões
analisadas pelo IBGE, a Nordeste registrou a maior taxa, de 33% no último
trimestre de 2016, enquanto a menor partiu do Sul do país (13,4%). Entre os
estados, a Bahia atingiu maior patamar, com taxa de subutilização em 36,2%, e
Santa Catarina, 9,4%, a menor.
Leia material
divulgado pelo IBGE sobre o assunto:
Regiões
Nordeste, Norte e Sudeste têm taxas de desocupação acima da nacional
No 4º trimestre
de 2016, a taxa de desocupação, no Brasil, foi estimada em 12,0%. Esta
estimativa se manteve estável na comparação com o 3º trimestre de 2016 (11,8%).
Frente ao 4º trimestre de 2015 (9,0%), a taxa apresentou elevação de 3,1 pontos
percentuais. Também no confronto anual, houve crescimento desse indicador em
todas as grandes regiões: Norte (de 8,6% para 12,7%), Nordeste (de 10,5% para
14,4%), Sudeste (de 9,6% para 12,3%), Sul (de 5,7% para 7,7%) e Centro-Oeste
(de 7,4% para 10,9%). A região Nordeste permanece registrando a maior taxa de
desocupação dentre todas as regiões.
A taxa de
desocupação dos jovens de 18 a 24 anos de idade (25,9%) continuou a apresentar
patamar superior ao estimado para a taxa média total. Este comportamento foi
verificado tanto para o Brasil, quanto para cada uma das cinco grandes regiões,
onde a taxa oscilou entre 16,5% no Sul e 30,3% no Nordeste. Já nos grupos de
pessoas de 25 a 39 e de 40 a 59 anos de idade, este indicador foi de 11,2% e
6,9%, respectivamente.
As diferenças
foram significativas na taxa de desocupação entre homens (10,7%) e mulheres
(13,8%) no 4º trimestre de 2016. Este comportamento foi verificado nas cinco
grandes regiões.
Por nível de
instrução, a taxa de desocupação para o contingente de pessoas com ensino médio
incompleto (22,0%) era superior à verificada para os demais níveis. Para o
grupo de pessoas com curso superior incompleto, a taxa foi estimada em 13,6%,
mais que o dobro da verificada para aqueles com nível superior completo (5,8%).
Região Nordeste
é a única onde o percentual de mulheres (48,7%) na população desocupada é menor
que o de homens (51,3%)
O percentual de
mulheres (50,3%) na população desocupada foi superior ao de homens (49,7%) no
4º trimestre, o que se repetiu em quase todas as regiões. A exceção foi a
região Nordeste, onde as mulheres representavam 48,7% da população desocupada.
Na região Centro-Oeste, o percentual das mulheres foi o maior (52,9%).
O grupo de 14 a
17 anos de idade representava 8,4% das pessoas desocupadas, uma redução de 0,8
ponto percentual do 4º trimestre de 2015 para o 4º trimestre de 2016. A maior
parcela era representada pelos adultos de 25 a 39 anos de idade (35,6%).
No 4º trimestre
de 2016, 50,6% das pessoas desocupadas tinham concluído pelo menos o ensino
médio. Cerca de 26,1% não tinham concluído o ensino fundamental. Aquelas com nível
superior completo representavam 8,2%. Estes resultados não se alteraram
significativamente ao longo da série histórica disponível.
Mulheres
representam 39,1% da população ocupada na região Norte
Mesmo
representando 52,2% da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais de
idade), as mulheres (43,0%) tinham uma representação menor que os homens
(57,0%) na população ocupada. Este fato se repetiu em todas as regiões,
sobretudo na Norte, onde os homens representavam 60,9% dos trabalhadores e as
mulheres, 39,1% no 4º trimestre de 2016. Ao longo da série histórica da
pesquisa este quadro não se alterou significativamente em nenhuma região.
A análise do
contingente de ocupados no 4º trimestre de 2016, por grupos de idade, mostrou
que 12,7% eram jovens, de 18 a 24 anos, e que os adultos, aqueles nas faixas de
25 a 39 anos e 40 a 59 anos de idade, representavam 78,2%. Já os idosos
correspondiam a 7,3%.
A participação
dos menores de idade (14 a 17 anos) na população ocupada apresentou tendência
de queda do 4º trimestre de 2015 (2,2%) para o mesmo trimestre de 2016 (1,7%).
Mesmo comportamento foi observado para o grupo de 18 a 24 anos que passou de
13,3% para 12,7%, no mesmo período. Para as demais categorias de idade a
tendência foi de aumento na participação na população ocupada.
No 4º trimestre
de 2016, no Brasil, entre as pessoas ocupadas, 28,1% não tinham concluído o
ensino fundamental, 53,5% tinham concluído pelo menos o ensino médio e 18,5%
tinham concluído o nível superior.
Nas regiões
Norte (36,3%) e Nordeste (37,5%), o percentual de pessoas nos níveis de
instrução mais baixos (não tinham concluído o ensino fundamental) era superior
ao observado nas demais regiões. Nas regiões Sudeste (62,4%) e Sul (55,6%), o
percentual das pessoas que tinham completado pelo menos o ensino médio era
superior ao das demais regiões. A região Sudeste (21,9%) foi a que apresentou o
maior percentual de pessoas com nível superior completo, enquanto a região
Nordeste teve o menor (12,9%).
Proporção de
trabalhadores por conta própria é maior no Norte e Nordeste
No 4º trimestre
de 2016, a população ocupada era composta por 68,6% de empregados, 4,6% de
empregadores, 24,5% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2,3% de
trabalhadores familiares auxiliares. Ao longo da série histórica da pesquisa
essa composição não se alterou significativamente.
A pesquisa
apontou diferenças regionais com relação à forma de inserção do trabalhador no
mercado de trabalho. Nas regiões Norte (31,7%) e Nordeste (30,2%), o percentual
de pessoas que trabalharam por conta própria era superior ao observado nas
demais regiões. Em contrapartida, na categoria dos empregados foi constatado
que as Regiões Sudeste (72,6%) e Centro-Oeste (71,7%) apresentaram participação
maior destes trabalhadores.
Parte expressiva
dos empregados estava alocada no setor privado (71,9%), 18,2% no setor público
e os demais no serviço doméstico (9,9%).
Brasil 247